terça-feira, 20 de novembro de 2012

Eça de Queirós por João Gaspar Simões


João Gaspar Simões, A obra e o homem: Eça de Queirós, Lisboa, Arcádia, 1961.

Excerto: [transcrito de uma carta a Ramalho Ortigão, durante uma estadia em Nova Iorque] Por isso, amigo, não creia que eu deva julgar-me feliz por me achar longe da infecção do Chiado. Ai! Como Madame de Stael, eu tenho saudades do enxurro do Rossio. Você não compreende de certo este sentimento, porque nunca esteve exilado. O exílio importa a glorificação da pátria. Estar longe é um grande telescópio para as virtudes da terra onde se vestiu a primeira camisa. Assim, eu, de Portugal, esqueci o mau - e constantemente penso nas belas estradas do Minho, nas aldeolas brancas e frias - e frias! - no bom vinho verde que eleva a alma, nos castanheiros cheios de pássaros, que se curvam e roçam por cima do alpendre do ferrador... [p. 78]

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