domingo, 24 de junho de 2018

Santos Fernando - Sexo 20





Santos Fernando - Sexo 20
2ª ed., Sulfúria, 2017. 167pp.

Prefácio de Luís Santos, filho do autor.

Capa, paginação e design por Margarida Mendes/ Buzzing Sisters.

[novo]

14,90€

Estamos em 1975, e o narrador acaba de ressuscitar o seu avô Lindolfo, morto «no limiar do sexo vinte», em 1900.
«Vim do Minho aos trambolhões, numa diligência de merda, atado com cordas, a tempo de ser benzido aqui em Sintra pelo padre Moraes que me perdoou tudo, incluindo até o que eu não tivera oportunidade de fazer».  Na companhia do ancião - apreciador dos prazeres da mesa e da cama - e do seu neto, assistimos a episódios absurdos e rocambolescos, muitos deles passados em Sintra e cercanias: do jantar em casa de D. Clarimunda, respeitável senhora que lamenta o pendor revolucionário do cónego Agostinho, à sessão espírita promovida pelo baronete, acolitado por dama esverdeada e um homúnculo que arrota, passando pela aventura num carro voador que termina em desastre, e pela visita do Conselheiro da Embaixada da República Popular Não Sei Donde, sobraçando papéis e nabos.

«Há sexo em tudo. No emaranhado dos troncos das árvores, nas dunas de areia, no redondel dos toiros, nas ondas do mar. O homem é um ser cercado de desejo por todos os lados.»

O escritor português Santos Fernando nasceu em 1927 na Lapa, Lisboa. Cursou a Escola Comercial e seguiu sendo um autodidacta na literatura. A sua obra é desde cedo caracterizada pela exploração do nonsense e do absurdo, com extrema elegância estilística e uma vincada ferocidade, tornada benigna pela cumplicidade com a fraqueza humana que sempre transparece nos seus textos.

Privou com figuras gradas da cultura portuguesa (por exemplo, Luiz Pacheco e Vítor Silva Tavares, seus próximos) e viu publicados, desde a juventude, textos em jornais nacionais e brasileiros, nomeadamente o português Diário Popular e, do outro lado do Atlântico, O Pasquim, com o qual colaborou regularmente a convite de Millôr Fernandes. Escreveu para rádio, televisão, teatro de revista - destaque-se a parceria regular com o seu grande amigo Ferro Rodrigues -, e publicou em vida treze livros de prosa, alguns dos quais foram também editados no Brasil. Muitos consideraram-no um dos maiores humoristas de língua portuguesa. Morreu em 1975, pouco depois da publicação de Sexo 20.

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