Manuel de Lucena - A evolução do sistema corporativo Português
1.ª ed., P&R, 1976.
Vol.1 - O Salazarismo (415 pp.)
Vol.2 - O Marcelismo (229 pp.)
Indisponível
Sobre esta obra e o autor escreveu António Barreto: A sua monumental obra sobre a evolução do sistema corporativo português (“O Salazarismo” e “O Marcelismo”)
é um dos expoentes maiores das ciências sociais portuguesas. O mesmo se
pode dizer das suas reflexões sobre o sistema político do Estado Novo,
que, singularmente, classificava de “fascismo sem movimento”.
Mais do que a inteligência, luminosa e meticulosa, mais do que a
cultura, fenomenal e sem fronteiras, tanto quanto o carácter, íntegro e
inconformista, o que mais apreciei nele foi a sua liberdade. Foi o homem
mais livre que conheci. Porque começava por ser livre no pensamento.
Nunca recusou, por preconceito ou fé, olhar para um facto ou analisar
uma ideia. Nunca classificou antes de compreender.
Era conservador e revolucionário. Tinha, da família, da religião, dos
costumes e da moral crenças e convicções muito próprias que as tribos
habituais tinham dificuldade em reconhecer como suas. Gostava de
Portugal e de Angola, custava-lhe ver um sem outra, mas desertou do
exército colonial e recusou fazer a guerra, porque nenhum, Portugal e
Angola, merecia tal.
Era o terror dos editores, dos directores de jornais e dos chefes de
redacção: nunca respeitou prazos nem dimensões. Mas o que escrevia
acabava sempre por o reabilitar e fazer esquecer a indisciplina.
Foi um verdadeiro marginal. Podia ter ganhado dinheiro, nunca o fez.
Podia ter exercido cargos políticos, nunca aceitou. Podia ter acedido a
posições importantes, nunca o quis.
Conseguia fazer o mais difícil: poder e saber dizer não e sim." [fonte]
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